Durante um ano mantive este diário, ora de forma assídua, ora mais descontraída, ora esporádica, ora regular, com a intenção de compartilhar qualquer observação que tivesse registrado a respeito da vida de um nariz. Imaginava que na aparente desordem do pensamento assim exposto, para além das digressões ou dos atalhos percorridos, ao seguir meus passos o leitor poderia construir para si mesmo uma visão de conjunto, bastante fiel e significativa, do que vem a ser a realidade de um criador de perfumes. Muitos elementos da minha vida são de fato voltados para essa forma de expressão incomum, que vem a ser a composição de um perfume. Meus pensamentos quotidianos me conduzem frequentemente nessa direção, em todo caso acabam sempre por lá chegar, como se eu mesmo fosse resultado dessa trama. Os odores são minhas palavras. A forma como lido com eles decorre de uma lógica, de um instinto, de um trabalho, que acredito serem comparáveis ao procedimento de um escritor às voltas com a tarefa de escrever um livro. Sei também que este ofício, como se trata de uma arte, não pode ser reduzido à linguagem e aos conceitos. Com este diário, quis simplesmente compartilhar uma experiência.” Jean-Claude Ellena “Um prazer compartilhado” ― esta é a definição de luxo para Jean-Claude Ellena e poderia ser também a definição de um bom perfume. Neste Diário de um perfumista entendemos por que a perfumaria é um mercado tão atraente e um ofício ao mesmo tempo artístico e artesanal, que pressupõe uma mente criativa, educada e vasta, além de um nariz bem-treinado. Em relatos íntimos e espontâneos, o perfumista da Hermés, Jean-Claude Ellena, registra o seu cotidiano invejável. Em seu escritório em Cabris, Ellena se inspira, responde e-mails, concede entrevistas e recebe informes comerciais que dizem respeito a suas criações. Como optou por se afastar dos centros de decisão das empresas (uma forma de estimular a criatividade, estando mais perto da natureza), lida com a solidão de maneira produtiva. A complexidade de seu trabalho ― muitas vezes a fórmula de um perfume tem mais de duzentos ingredientes ― demanda sensibilidade, testes, leituras e estímulos. Ellena arrebata o leitor com sua erudição e simplicidade, com suas histórias de como ingressou na carreira de perfumista, suas viagens, memórias familiares e outras tantas lembranças poéticas. E nos surpreende ao relatar como consegue resultados que fisgam as pessoas com seus perfumes atemporais, em uma sociedade que corre atrás do tempo e da renovação incessante da moda. Ellena trata o perfume como um objeto de arte, como uma emoção, uma fugacidade que dura o tempo de uma respiração. Em uma analogia com o haicai, define o perfume como “um repentino arrebatamento na direção do imprevisível”. Acompanhado de um maravilhoso Breviário de aromas, um convite a justapor os materiais que, em conjunto, produzirão a ilusão do jasmim, da pera ou do algodão-doce, seu Diário de um perfumista é um elogio à intuição, à curiosidade e à imaginação. Desde 2004, JEAN-CLAUDE ELLENA é perfumista exclusivo da maison Hermès. Vive e trabalha na região montanhosa de Grasse, onde concebe seus perfumes em seu ateliê de Cabris.
Dimensões: 20.6 x 13.2 x 1.4 cm
Ano: 2013
Edição: 1
Autor: Jean-Claude Ellena (Autor), Claudio Figueiredo (Tradutor)
Editora: Record
Idioma: Português
Código de barras: 9788501097859
Número de páginas: 160
Peso: 230 gramas
Encadernação: Brochura
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